segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Smooth Criminal

Yo, yo, yo! Como vão, fantasminhas? 
Espero que gostem, é minha primeira one original, que eu fiz há um tempo atrás. 
Inspirada na música Smooth Criminal, do Michael Jackson, mas essa é a única ligação que o cantor possui com a história. Enfim, boa leitura :3

Capítulo Único – “Era o seu destino”
James caminhava a passos lentos pelas ruas escuras e gélidas da grande Londres. Os sopros do vento frio atingiam seu rosto suavemente, e a fumaça que saía de sua boca se destacava entre a neblina. Estava carregando o presente de sua amada Annie no bolso. Uma pequena caixa, contendo um delicado colar, para selar seus dois anos de casados. O gato preto de Lúcia, sua vizinha, foi visto andando pelos becos próximos. Todos diziam que quando esse determinado gato andava perto de você, era por que coisas ruins estavam acontecendo a você ou pessoas próximas. Mas é claro que James não acreditava nisso.
Assim que ele entrou pela janela
Ouviu-se um som um estrondo
Ele entrou no apartamento dela
Annie estava na cozinha, preparando o jantar que iria selar seus dois anos de casado com seu marido James. Estava juntando os pedaços da lasanha quando ouviu um baque surdo vindo da sala. Correu até a divisória da cozinha com a sala, mas não havia ninguém. Andou em passos lentos até a sala, com o coração batendo forte. Ouviu passos se aproximando e respirou, aliviada. Poderia ser James, querendo lhe fazer uma surpresa. Virou-se, sorridente, para abraça-lo, mas seu semblante logo mudou quando percebeu que não era ele. O homem atingiu a pobre Annie com um castiçal.
Ele deixou a mancha de sangue no tapete
Ela correu para debaixo da mesa
Ele podia ver que ela estava incapacitada
Então ela correu para dentro do quarto
Felizmente, ela trancou a porta a tempo, mas sabia que se James não chegasse logo, ela não iria sobreviver a essa noite. Prendeu a respiração assim que o homem começou a forçar a porta. Tapou a boca para impedir que os soluços saíssem, mas as lágrimas rolavam livremente por seu rosto.
Deu um grito ao ver que a porta do quarto havia sido arrombada, com tamanha força do homem. Escorou-se na parede, tentando impor qualquer distância que os separassem. Ele apertava o castiçal com tamanha força. Assim que se aproximou, atingiu-a novamente com o objeto, deixando-a semiconsciente.
Ela foi golpeada, era o seu destino
Acordada o bastante para sentir as balas de seu revólver perfurando seu corpo. Os poucos segundos em que seu coração ainda batia foram suficientes para que ela sofresse uma tortura agonizante. Seus olhos castanhos foram imortalizados totalmente assustados, e sem brilho algum. O sangue se espalhava pelo chão branco do quarto. O assassino soltou uma gargalhada maléfica ao contemplar sua mais nova vítima, antes de sair pela janela novamente.
James destrancou a porta de sua casa, cantarolando feliz. Mas sua expressão mudou bruscamente ao ver o sangue se destacando no tapete da sala. Levou um susto ao ouvir o som do piano. Era o gato de Lúcia, que caminhava a passos lentos nas teclas do piano, criando um som nada harmônico e muito assustador. Havia entrado pela janela, que ocasionalmente estava aberta.
— Annie, você está bem? — perguntou, mas seus questionamentos pairaram no ar, sem nenhuma resposta. Até ele ver a porta de seu quarto, totalmente arrombada. Debulhou-se em lágrimas ali mesmo, pois sabia o que haveria lá dentro, e não queria ver. Podia ouvir o barulho do sangue escorrendo dali mesmo. Com as mãos trêmulas, pegou seu celular e discou o número de emergência.
Tudo bem, Eu quero todo mundo limpando esta área agora!
Em poucos minutos, o prédio todo estava cercado de policiais, e o que antes era sua casa, agora havia virado uma cena de crime.

Há alguns dias atrás...
Annie ainda estava chorando, deitada em sua cama enquanto Charlie recolhia suas roupas pelo quarto. Ainda estava se culpando, mas sabia que não poderia fazer nada para reverter a situação.
— Você se aproveitou de mim — gritou indignada. Charlie apenas gargalhou.
— Querida Annie, saiba que eu não fiz nada que você não quisesse. Agora as marcas da sua traição foram imortalizadas, bem aqui — apontou para o chão —, no seu próprio quarto. Como você ainda tem coragem de olhar na cara de James?
Isso fez com que Annie chorasse ainda mais. Sentia-se suja e traidora. Seu marido, James, havia viajado a trabalho, e ela havia se aproveitado da situação.

Depois de quinze dias, seu marido havia chegado. Depois de dois dias, ela havia descoberto que estava grávida, da pessoa que ela menos queria ver no mundo, e muito menos carregar um filho: Charles.
Assim que soube da gravidez não planejada, sua raiva foi tamanha.
— A culpa é sua, toda sua! — bateu em seu peito, mas sem surtir efeito algum. Charles estava se controlando para não lhe dar um tapa.
— Ninguém pode saber dessa coisa, Annie. Trate de ficar de boca calada, ou eu serei obrigado a calar para você.

Annie, você está bem?
Você dirá para nós se você está bem?
Há um sinal na janela, que ele golpeou você
Um estrondo, Annie
Ele veio para dentro do seu apartamento
Ele deixou a mancha de sangue no carpete
Então você correu para dentro do quarto
Você foi golpeada

Era o seu destino, Annie.

Nenhum comentário:

Postar um comentário