segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Obscure - Chapter eight

"Atlanta's Knife"

ATLANTA’S KNIFE ATACA NOVAMENTE
De uns dias pra cá, esse era o assunto principal de todos os meios de comunicação. O mais novo serial killer de Atlanta, conhecido por matar apenas criminosos, e por um corte no pescoço, nada mais que isso. Só nessa semana havia feito quatro vítimas. Todas envolvidas com o mundo do crime e do tráfico.
Mal eles sabem que o tal assassino pode esbarrar com você na rua qualquer dia desses. Mal eles sabem que esse assassino é Amélia Clarke, uma adolescente de apenas dezoito anos.

 
Hoje, ela iria fazer mais um “trabalho”. Sua vítima: Laura Rodriguez. Colombiana especialista em produzir drogas, e tem um laboratório em sua própria casa, no sótão, onde produz metanfetamina.
As exatas quatro horas da manhã, Amy saiu de casa e estacionou há algumas quadras de distância, para não levantar suspeitas. Ela não morava tão longe dali. A rua estava vazia, portanto foi muito mais fácil arrombar a porta. Entrou em passos silenciosos e observou para ver se sua vítima estava por perto. Ouviu uma cantoria no banheiro, e deduziu que provavelmente Laura estaria tomando banho.
Andou cautelosamente até o banheiro, onde pôde ver Laura debruçada na banheira, cantando uma música em espanhol. Ela seria bem mais difícil, pois mesmo se entrasse discretamente ela iria perceber e reagir. Enquanto a colombiana mergulhava na banheira, Amy aproveitou seu momento de distração para se esconder atrás da porta. A maçaneta bateu na parede, fazendo um leve barulho, e Amy teve vontade de socar a si mesma.
Ela ouviu.
— Quem está ai? — perguntou assustada, logo se levantando e vestindo seu roupão. Saiu da banheira, caminhando até a porta e trancando-a. Laura gritou ao sentir as mãos de Amy deslizarem até seu pescoço, apertando-o; ela se debateu, e com muito esforço conseguiram voltar à banheira. A colombiana pisou em falso e acabou caindo na banheira novamente. Amy recuperou seu equilíbrio, segurando com força os cabelos da mulher que ainda se debatia. Com as duas mãos, afundou sua cabeça na água, ignorando os grunhidos e a água em seu rosto. Ela estava ficando inconsciente, e para ela foi uma deixa para pegar sua faca — que estava presa estrategicamente em sua cintura — e cortar seu pescoço. O corpo de Laura deslizou, ficando totalmente submerso na banheira, e ela sorriu ao assistir a água, que antes era quase cristalina, adquirir um tom vermelho aos poucos.
Certificou-se de que estava usando luvas. Resolveu deixar o corpo por aqui e explorar um pouco sua casa. Segundo ela, era espaçosa demais para uma pessoa só, e muito luxuosa. Achou uma porta de madeira velha no fim do corredor, que dava para uma escada escura. Pegou a lanterna que havia em cima do criado mudo, ao lado da porta e desceu.
Assim que achou o interruptor e ligou-o, ficou maravilhada com o que viu: um vasto laboratório, cheio de produtos químicos e béqueres cheios de líquidos de diferentes cores. Pelo visto, ela lucrava bastante com seu trabalho sujo. Bom, lucrava.
Alguns minutos depois, explorando ainda mais o laboratório, Amy gelou ao ouvir o som da campainha. Olhou em seu relógio, e constatou que eram seis horas da manhã. Provavelmente seriam alguns de seus comparsas, bastava apenas ignorá-los. Subiu as escadas e espiou pelo olho mágico, tremendo.
Era o tenente Malik.
Ele tocou a campainha novamente, já ficando sem paciência. Amy pensou que, se o ignorasse ele iria embora. Pegou suas coisas e saiu pela porta dos fundos cuidadosamente, logo andando pela rua como se nada tivesse acontecido. Como se ela não tivesse matado uma pessoa há meia hora.
— Senhorita Clarke! — alguém a chamou de longe. Engoliu em seco ao identificar a voz do tenente. Limpou a garganta e virou-se, com seu melhor sorriso. Acenou para o homem que vinha em sua direção — Luvas?
Por um momento, havia se esquecido de que estava usando suas luvas pretas preferidas. Procurou alguma resposta rápida.
— Ah, sim, está fazendo muito frio.
— Com certeza — franziu o cenho, não acreditando muito no que ela disse — pois bem, você sabe alguma coisa de Laura Rodriguez? — perguntou sério.
— Quem? Não conheço nenhuma Laura Rodriguez — mentiu.
— Ah... sim. Bom, obrigada.
— Disponha — sorriu, e os dois seguiram em direções diferentes. Amy suspirou aliviada e entrou em seu carro. Tocou levemente em sua boca, e suspirou pesadamente ao perceber o leve corte no lábio inferior. Maldita Laura.
Assim que voltou para pensão, estranhou ela estar vazia. Não havia sinal de Pietro, muito menos de Elizabeth. Não haviam lhe telefonado nem enviado nenhuma mensagem. Subiu as escadas até seu quarto, mas parou na metade do corredor ao ver uma coisa que lhe chamou a atenção, se destacando no tapete azul marinho.
Uma foto. Ela lembrava muito bem quando haviam tirado essa foto. Ela e seus pais haviam ido a um parque, mas o rosto de seus pais estava coberto com sangue. Apenas o dela estava intacto.
Mas, por que eles haviam feito isso? Como eles conseguiram essa foto? O que eles sabem sobre sua família?
(...)
O Tenente Malik havia cansado de esperar na porta da casa de Laura Rodriguez, e enfim decidiu abri-la a força. Ele podia, pois tinha um mandado para vasculhar sua casa. Tinha certeza que ela estava fabricando drogas, e hoje iria comprovar isso. Assim que ia empurrá-la, ela se abriu sem esforço nenhum. Ela já havia sido arrombada. O tenente grunhiu de frustração. O que havia acontecido agora?
Assim que entrou, sentiu um cheiro forte de sangue. Seguiu o odor até o banheiro, e se deparou com a banheira cheia do líquido, tão conhecido por ele. Chegou perto e pôde fitar os olhos sem vida da moça, encarando-o. Pelo cheiro do sangue, ela não foi morta há tanto tempo assim. Não faz nem um dia, sequer.
Entrou em contato com o Policial Styles.
— Mande uma viatura policial para a Rua 59, temos mais um corpo morto.
Então parou para raciocinar. Se Laura foi morta há meras horas atrás e, por coincidência, encontrou Amélia Clarke agindo de uma forma tão estranha...
Correi até a porta dos fundos, e constatou que estava aberta. É coincidência demais. Será que, finalmente, acharam o tão procurado, o tão temível Atlanta’s Knife, ou foi apenas uma mera coincidência?
As sirenes indicaram que a viatura havia chegado, e logo o Policial Tomlinson e Niall entraram na casa, indo até o banheiro. Encararam imóveis a banheira cheia de sangue.
— Quem vocês acham que foi? — perguntou, mesmo sabendo a resposta.
— Atlanta’s Knife — responderam, em uníssono. Niall colocou suas luvas e fez uma careta ao colocar cuidadosamente sua mão na banheira, puxando metade do corpo da morta para fora, pelos cabelos. Seus lábios estavam de um tom roxo azulado.
— O assassino usou luvas — proferiu, examinando mais o corpo. Sabia que era extremamente perigoso mexer na cena do crime, mas precisava se arriscar — precisamos fazer uma autópsia e examinar a cena do crime.
— Luvas... — o tenente Malik murmurou para si mesmo, desconfiado. O Delegado Tomlinson e Niall começaram a debater sobre o corpo e Malik, perdendo-se em suas palavras, vasculhou o chão de azulejos brancos. Fitou um ponto que lhe chamou a atenção, até constatar que aquilo eram gotículas de sangue.
— Niall. Talvez isso seja uma pista — sugeriu.
Ele observou o médico legista abrir um sorriso enorme.
— Ela está muito longe do local do crime, é claro, é claro! — coletou as pequenas gotas de sangue — Tenente, você fez um bom trabalho. Estamos perto, muito perto de descobrir quem foi o assassino.


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