segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Obscure - Chapter five


"Eu posso fazer tudo"
Sem mais delongas, a menina fez o percurso indicado e, ao longo do corredor, percebeu que apenas três portas estavam fechadas. Esta deveria ser uma das pensões mais acolhedoras de Atlanta, não é?
Abriu a porta de seu quarto, e lá encontrava-se uma cama de casal, uma pequena televisão, uma mesa e duas cadeiras. Estava perfeito.
Amy sentiu suas pálpebras ficarem pesadas. Tirou o casaco que estava usando e colocou-o na cadeira, logo em seguida arrumando sua cama, mas acabou por se distrair com os vultos e conversas, visíveis na pequena fresta da porta. Caminhou na ponta dos pés até lá e observou. Por mais que isso seja falta de educação, estavam falando dela. Ela não poderia deixar de ouvir.


Enquanto isso, Pietro subia as escadas, com um olhar que só Elizabeth sabia o que significava. A senhora estava arrumando os quartos vagos, pelo visto chegariam mais pessoas amanhã de manhã, quando viu o homem indo em direção ao quarto 115, sem nem perceber os olhos azuis acinzentados da menina na fresta da porta.
Elizabeth, assim que percebeu o trajeto do homem, parou em sua frente e tentou barrá-lo, sem sucesso. Mesmo assim, ele não abriu a porta.
- O que você pensa que está fazendo? - disse, ríspido.
- Você não pode fazer isso – ignorou sua pergunta, respondendo da mesma forma – não pode fazer isso com ela, não agora.
- Ninguém diz o que Pietro Fiore não pode fazer, 'Lizza' – zombou de seu nome, rindo logo em seguida – por que eu posso fazer tudo, e não é você – se referiu à Elizabeth com desprezo. Os olhos da senhora ficaram marejados, ela não podia acreditar que uma pessoa como ele poderia ter virado um ser tão cruel, quase irreconhecível – que vai me impedir.
- Talvez eu não possa te impedir – disse, a voz trêmula, estava tentando procurar algum resquício de coragem que restava nela mesma, que havia sumido desde o dia em que viera morar com essa pessoa, que um dia já foi capaz de... – mas eu vou fazer de tudo para pelo menos adiar.
- Hum – sorriu – bom saber – deu meia volta, fazendo questão de esbarrar violentamente no ombro de Elizabeth.

Amy não entendeu absolutamente nada, mas ficou assustada. Não conseguia enxergar aquele homem como uma pessoa cruel ou maléfica. Mas as aparências enganam.
Seus olhos chegaram a doer de tanto sono, então deixou sua curiosidade de lado e apenas se jogou na cama, pensando em como 'Pietro' era um rosto familiar para ela, mas isso durou apenas alguns segundos, antes de ela adormecer profundamente, sem cobertas, nem nada.
(...)
A menina acordou ofegante. Havia tido um pesadelo, mas estranhamente não se lembrava do que se tratava. Algum pressentimento ruim, talvez, pensou, e em seguida olhou para o pequeno relógio digital que havia sobre o criado-mudo ao lado da cama, que indicava que eram exatamente 4h30min. Certo, ela não havia dormido nada. E também não iria dormir mais.
Como o lugar não era tão grande assim, não foi difícil achar o banheiro que, obviamente, não estava sendo usado. Com todas as suas coisas que precisava ao seu alcance, entrou em um banho demorado, pois tinha muito tempo para isso e queria aproveitá-lo.
Terminou de se vestir, calçando seus tênis jamais trocados por qualquer outro sapato, e em seguida destrancou a porta, descendo as escadas e se deparando com uma mesa farta, cheia de deliciosas comidas que, assim que o aroma delicioso chegou em Amy, instantaneamente a menina ficou com água na boca. Estavam sentados à mesa Pietro, Elizabeth e mais três pessoas. Duas mulheres e um homem; uma delas era ruiva e tinha olhos verdes e chamativos, por serem relativamente grandes. A outra era loira e tinha os olhos em um tom praticamente cinza. O homem também possuía olhos verdes marcantes, cabelos castanhos e barba por fazer. Todos estavam sorrindo e conversando, e sua presença ali não mudou nada, tampouco atrapalhou.
- Bom dia, Amélia – Elizabeth disse baixo, esboçando um sorriso.
- Bom dia – exclamou, pegando apenas uma maçã da fruteira. Era o suficiente para lhe manter acordada durante o dia todo.
- Poderia me pegar mais café, Lizza – a menina ruiva afirmou – praticamente nem precisou perguntar – em um tom extremamente enjoado.
- Claro Senhorita Roden – murmurou, parando tudo o que estava fazendo para pegar mais uma xícara de café para a tal madame.
Um pouco depois, a campainha toca, dessa vez fazendo todos pararem o que estavam fazendo para olhar a porta. Amy se prontificou em levantar e atender a porta. Assim que a abriu, foi encarada por olhos verdes confusos, e foi puxada para fora da casa, e a porta atrás dela foi fechada.
- Clarke, o que está fazendo ai? - sussurrou.
- Eu que te pergunto... - disse, no mesmo tom, lendo sua placa de identificação – Styles.
Ele já havia respirado fundo, pronto para iniciar uma explicação longa, quando Amy foi puxada novamente para dentro da casa, dessa vez pelas mãos de Elizabeth, que fizeram força para realizar tal ato.
- Elizabeth, por quê... - perguntou, deixando o resto das palavras para lá, já que ela havia entendido a pergunta, e feito um gesto para ela parar por ai.
- Não se preocupe querida – ela sorriu – eu vou resolver tudo. Saia pela porta dos fundos quando for embora, entendido? – bateu a porta. 
Amy olhou ao redor, e percebeu que todos estavam olhando para ela, que imediatamente desviou a atenção e pegou suas coisas, fechando a porta dos fundos. Aquilo já não estava mais com um clima tão bom quanto estava antes.
Ela  foi até a vaga onde seu carro estava estacionado e pegou suas chaves, destrancando-o. Enquanto isso, pôde ver a viatura do Tenente Malik indo na direção da pensão, onde estavam encontradas mais duas. Styles e Elizabeth estavam em uma discussão feia, gesticulado freneticamente e com expressões sérias e bravas. 
Ela só queria saber o porque dessa confusão toda, e por que quase todos os policiais daquela delegacia estavam em frente a porta daquela pensão? Eles não fizeram nada. Bom, pelo menos Amy acha que eles não fizeram nada.
Sem mais delongas, deu partida no carro, indo em direção à sua faculdade. Presumiu que 'tio' Lucca ainda estava pagando as mensalidades da faculdade. Bom, era o que ela queria, e as pessoas enxergam apenas o que querem ver, não é?

Flashback – Alabama, Estados Unidos
Janeiro de 1993
- Filha, o que você quer ser quando crescer? - Eva perguntou, colocando uma mecha dos cabelos longos de sua filha para trás da orelha.
- Eu quero ser uma advogada – exclamou, feliz.
- Você será uma grande advogada – disse, em seguida mostrando seus dentes brancos e bem alinhados em um sorriso contagiante – você pode prometer, Amy?
- Prometo.
(...)
Eram exatas 7h30min quando Amy chegou na faculdade, sempre com o mesmo tumulto de sempre, mas de um modo estranho ela gostava disso.
Hoje iria se esforçar o máximo para fugir da diretora da faculdade, Srta. Collins, a mulher de cabelos grisalhos que vive pegando em seu pé. Afinal, não seria nada legal um diálogo como esse:
“Senhorita Clarke, posso saber o motivo da sua ausência ontem?”
“Ah, desculpe, eu estava planejando uma fuga da casa em que eu estava morando, por que eu estava sendo maltratada e não podia ficar na aula, desculpe isso não vai acontecer novamente, Senhorita Collins”
Mas, inevitavelmente, Amy esperou o sinal tocar, para invadir a sala da diretora e checar se os papéis das mensalidades estavam em dia.
A menina se espantou ao se deparar com não apenas a desse mês paga, mas também a dos outros meses, até Maio do ano que vem.
Pelo visto ele quer se livrar logo de mim, pensou, suspirando logo em seguida, e se dirigiu para sua sala.

♡ ♡ 

Notas da Autora: Os atores que interpretam os novos personagens da fanfic. 

Holand Roden 

Candice Accola

Adam Levine seduzando

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