Amy ficou atônita ao terminar de ouvir a sua “versão” da história.
— Então você... você fez tudo isso para me proteger?
Ele assentiu, calmamente. Ela piscou uma, duas, três vezes, tentando processar as informações.
— Por quê? — perguntou, por fim. Ele apenas suspirou, sorrindo.
Fevereiro de 2005
Desde que Amy havia procurado ajuda na casa de Lucca, prolongou sua estadia por mais dois meses. Seria melhor pra ela, pois se Pietro descobrisse que estava viva, iria caçá-la. Não sabia de seu paradeiro, muito menos de Adam e Holland, e há um mês haviam anunciado no noticiário o achado do cadáver de Candice.
Durante esses dois meses, havia planejado uma vingança minuciosa de Pietro, pois havia descoberto que fora ele que matou seus pais, e a queria apenas como um troféu, pois segundo Lucca matar uma família inteira, no mundo da máfia, era considerado um ato de muito “respeito”.
Havia repetido o ano na faculdade, devido à quantidade de faltas, e decidiu deixar os estudos para mais tarde, até que sua vida “acalme”, digamos assim.
Como havia deixado suas roupas na pensão — e com certeza não voltaria para busca-las —, Lucca lhe deu dinheiro suficiente para comprar um guarda roupa novo. Pegou emprestado o carro do tio e dirigiu rumo ao shopping. Fazia muito tempo que não tinha momentos de lazer como esse.
Estava dirigindo até o estacionamento quando viu algo que lhe chamou a atenção — ou melhor,alguém. Algumas pessoas sentadas na calçada, usando drogas. Não que isso chame muita atenção nos dias de hoje, mas entre eles, Adam estava lá.
Estacionou seu carro ao lado da calçada e andou em direção aos usuários. Realmente, era Adam, e estava em um estado degradante. Estava sujo e vestindo trapos, e seu rosto havia envelhecido bastante.
— Adam? — perguntou incrédula. Ele a olhou; pelo menos ainda se lembra de seu próprio nome. O homem começou a rir enlouquecidamente.
— Amélia, você por aqui! — exclamou, em estado de êxtase. A menina suspirou e o puxou pela gola de sua camiseta, levando-o para um beco. Não teve dificuldade alguma em arrastá-lo, pois o mesmo estava tão magro quanto uma pessoa da sua idade, sendo que Adam já possuía seus 34 anos de idade. Prensou-o na parede, ainda o segurando pela camiseta.
— Você não deveria estar com Pietro?! — sussurrou o nome, olhando para os lados em seguida. O semblante de Adam ficou sério após isso.
— Eu também acho, mas você estragou tudo! — urrou, irritado — Eu deveria estar tendo uma vida boa, com mulheres, bebidas, com tudo o que eu tenho direito, mas na verdade eu estou aqui — englobou as ruas —, nessa vidinha de merda.
Pietro colocou as mãos na cabeça, atônito. Teria que despejar dois corpos, de uma vez só. Olhou para o corpo morto de Candice e o inconsciente de Amélia, e logo em seguida para seus dois comparsas restantes, Holland e Adam, que haviam aparecido minutos depois do acidente.
— Vocês vão ficar ai parados? — ironizou — Vamos, me ajudem!
Os ajudantes se prontificaram em pega os corpos e coloca-los na porta malas da Land Rover de Pietro, a qual ele usa para fugas, pois tem uma placa falsa.
Voltou para a pensão e foi para seu quarto. Abriu o tubo de ventilação, onde tirou vários maços de dinheiro, os quais eram fruto de seus assassinatos por encomenda. Também tirou dois Calibres 38 e jogou em sua mala, junto com suas roupas. Holland e Adam também estavam fazendo o mesmo. Os três voltaram para o carro e entraram. Pietro acelerou e começou a dirigir até a rodovia, aonde desovaria os corpos, até mesmo o de Amélia, ainda vivo, para morrer lá. Precisava se desfazer dessa menina o mais rápido possível. Querendo ou não, ela sabia demais e poderia ser muito perigosa.
Parou perto do córrego, o lugar perfeito para a desova, pois ficava escondido atrás de uma relva alta. Tal lugar começou a ser chamado como Santuário dos Cadáveres, por quase todas as pessoas vítimas de assassinato serem deixadas lá. Algumas jogadas no rio, e outras na grama.
— Adam, vamos logo! — apressou.
— Por que só eu?! — pigarreou e desceu do carro, abrindo a porta malas e pegando os corpos, um por um, e os despejando. Assim que foi entrar no carro novamente, para seguirem viagem, as portas travaram o deixando preso do lado de fora. Começou a bater nos vidros, quando Pietro abriu o da frente.
— Desculpe, mas nós não precisamos de mais um para atrapalhar — Holland jogou sua mala do vidro e o carro arrancou novamente, o deixando sozinho com apenas uma mala na mão e sem nenhum dinheiro no bolso, muito menos para onde ir.
— A culpa é toda sua! — gritou, atraindo a atenção das pessoas que passavam, e se debatendo na parede — Toda sua! Toda sua! Eu devia estar vivendo no luxo!
— Adam, me escuta! — o sacudiu, fazendo-o parar, enfim — Para onde o Pietro foi? Me diz.
Fez silêncio por um tempo. Seus olhos estavam cheios de rancor e ódio.
— Me diz, por favor.
— Se você tiver sorte, ele ainda vai estar em Nevada.
— Em que lugar?
— Las Vegas, é óbvio — revirou os olhos. Um sorriso travesso surgiu nos lábios de Amy.
— Obrigada, Adam — o soltou, em seguida tirando duas notas de 50 do bolso e o entregando. Voltou para seu carro e girou a chave.
Voltou para casa com praticamente o dobro de roupas que tinha antes, ansiosa para contar a Lucca sobre a grande descoberta.
— Rosa, Rosa! — chamou a moça, que estava na cozinha preparando os legumes para o jantar — Onde está Lucca?
— Em seu quarto — sorriu.
— Obrigada — deixou as sacolas na sala e subiu rapidamente, onde encontrou Lucca lendo um livro, deitado em sua cama. Parou na porta, esperando que Lucca a visse, o que não demorou muito.
— Amélia — disse sorrindo — comprou muitas roupas?
— Sim, mas não é sobre isso que quero falar — exclamou, animada, sentando-se na beira da cama.
— Então diga logo, oras.
— Descobri o paradeiro de Pietro — o semblante de Lucca ficou sério, de repente. Gesticulou para que continuasse.
— Vegas, lá vamos nós.
Considerações da Autora
Alfred e Lucca irmãos, quem diria :3
Enfim, vamos ao assunto principal: Amoras, eu fiz um Dream Cast com os personagens da fanfic, só para deixar mais claro a aparência deles e tal, para quem não lembra. Mas sintam-se a vontade para imaginar do jeito que vocês quiserem.
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