segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Obscure - Chapter eleven


Durante o trajeto todo de volta para a pensão, fez-se silêncio.
Estavam no meio do caminho, quando o Tenente Malik resolveu quebrá-lo. Olhou no retrovisor, e seus olhos caramelados se encontraram com os olhos azuis acinzentados de Amy.

 
— Por que fez isso?
— Isso o quê?
— Matou pessoas.
— Fiz por favores.
Suspirou.
— Seu pai não ficaria nada feliz de ver isso.
— Estou fazendo isso — deu ênfase — para vinga-lo.
— Como? — perguntou, com a sobrancelha erguida. Um sorriso contornou os lábios de Amy.
— Digamos que se eu fizesse isso, eu encontraria o pote de ouro no final do arco-íris. Eu quero vingança, Malik.
Deixaram essa frase pairando no ar, até chegarem. Amy desceu do carro, sendo seguida por Zayn, e abriu a porta, relutante, esperando encontrar todos à mesa, esperando o jantar, mas ela estava enganada. Não havia ninguém, o lugar estava escuro e vazio.
Acendeu o a luz, incrédula, e foi correndo até a geladeira, onde havia um bilhete amarelo se destacando entre o fundo branco e os imãs. A caligrafia era de Adam.
Amy, espero que entenda, mas ultimamente você estava sendo um problema para todos.
Arfou, eles haviam a abandonado. Subiu correndo até o porão, onde geralmente eles faziam reuniões de emergência, com a esperança de que ainda estejam lá, mas não estavam. Haviam levado tudo. Todas as provas, todas as fotos, tudo.
O Tenente Malik subiu logo em seguida, sentando em uma das cadeiras que havia e esperando Amy se dar conta de que estava sozinha. Pouco a pouco, as lágrimas enfeitavam seus olhos. Depois de tudo que havia feito por eles, no momento mais crítico a descartaram, por que ela era um problema. Aquilo tudo era uma farsa. Haviam inventado aquela nova tarefa apenas por distração.
Olhou para Zayn, com as lágrimas rolando por seu rosto.
— Estou só eu aqui. Pode me prender — estendeu os pulsos e se aproximou. O Tenente algemou-os e fez um gesto para que a seguisse. Amy assentiu relutante, e deu os primeiros passos, atrás dele. Sabia que poderia fugir, mas não iria.
Estava saindo do porão, quando uma mão puxa seu braço. Estava pronta para gritar, mas rapidamente a outra mão cobre sua boca. Ela, já imobilizada, é puxada para dentro de um local pequeno e escuro. Ouve o barulho de porta fechando. A mão que está segurando seu braço o solta, mas não a que está cobrindo sua boca.
— Faça silêncio. — alguém sussurra e tranca a porta com cuidado. Do lado de fora, Amy pôde ouvir o Tenente Malik pigarreando e procurando Amy. Depois de uns minutos, fez-se silêncio, e finalmente sua boca foi descoberta. Amy sentiu um leve cheiro de perfume de morango no ar.
— Quem está ai? — murmurou, ainda com a voz embargada. Sua pergunta foi respondida com a luz sendo acesa, revelando Candice sorrindo ternamente para ela. A menina com quem ela mal havia trocado uma palavra sequer, havia salvado sua vida.
Amy tentou falar algo, mas as palavras não saiam. O sorriso de Candice se alargou ainda mais, e ela se permitiu rir.
— Não precisa agradecer. É o mínimo que eu posso fazer. — disse. Sua voz era doce, fazendo jus a sua pessoa. Porém ela passava muito longe de ser doce.
Amy assentiu, e mostrou os pulsos algemados para Candice. A menina tirou algo do bolso e em poucos segundos seus braços já estavam livres. Amy esfregou-os. Candice destrancou a porta.
— Onde estão os outros? — perguntou.
— Não sei, mas acho que bem longe — murmurou, puxando Amy pelo braço até o térreo, onde trancou a porta da pensão. Olhou para Amy com o semblante sério, diferente do que estava há alguns segundos atrás.
— Tem algo que você precisa saber. É sobre sua família.
Todo e qualquer resquício de felicidade se esvaiu do rosto de Amélia Clarke assim que ela ouviu a palavra família, dando lugar assim a uma expressão dura.
Seguiu Candice até a sala de estar, onde havia uma pequena estante. Com pouco esforço, moveu-a, revelando uma escada em espiral. Conduziu Amy até o final, onde havia um pequeno sótão.
As lágrimas de Amy voltaram à tona assim que a luz foi acesa, e ela teve vontade de se aconchegar nos braços de sua mãe novamente, como fazia quando tinha cinco anos de idade. Mas não podia. Haviam tirado esse direito dela.
Havia fotos de sua família penduradas na parede. De sua mãe e de seu pai, e várias informações sobre eles. Eles estavam investigando sua família, para depois mata-los. Estava tudo planejado.
Amy se aproximou das fotos. Concluiu que haviam sido tiradas de longe e às escondidas, pois eles não pareciam saber que estavam sendo fotografados. Mas, a pergunta que não quer calar? Quem, exatamente, havia matado sua família?
Seus pensamentos foram cortados assim que ouviu um barulho extremamente estranho. Virou-se no mesmo instante, a tempo de ver o corpo de Candice, virado de costas, se enrijecer por completo, e em seguida relaxar. Ela caiu de joelhos no chão. Amy lamentou-se ao ver o sangue no abdome de Candice.
Ela havia sido baleada.
Em seus últimos momentos de vida ela sorriu e, com muito esforço, disse suas últimas palavras.
— Você sabe o que fazer.
Pietro surgiu das sombras, com um revólver na mão e um sorriso frio e irônico no rosto. Agora estavam apenas os dois, e Amy estava com apenas três balas em sua arma, mas não podia mata-lo. Ele sabia de segredos que custavam vidas.
— Esse é o preço que se paga quando você se mete nos assuntos onde não é chamado — disse, apontando com a arma para o corpo sem vida de Candice. O lábio inferior de Amy tremeu ao ver a cena. Ela literalmente havia salvado sua vida, com a dela própria.
— Ela não tinha nada a ver com isso — murmurou, se dando ao luxo de pegar sua arma. Pietro estava se deleitando com a cena.
— Amy, Amy, Amy. — entonou seu nome com desdém, ignorando-a — Parece que nós temos muitos assuntos a tratarmos, não é?
— Eu não tenho nada pra conversar com você — grunhiu.
— Mais do que você imagina, querida. — Amy apontou a arma para a cabeça de Pietro. Por menores que sejam suas chances, ela iria tentar a sorte. Puxou o gatilho e tomou coragem para atirar. Fechou os olhos lentamente e ouviu o barulho do gatilho.
Mas não era ela que havia atirado, e sim Pietro. E em cheio.
Amy sentiu uma dor lancinante na barriga. Colocou a mão no lugar e seus dedos voltaram banhados de sangue, que pelo visto saia em abundância. Ela gemeu de dor e caiu de joelhos no chão. Estava se sentindo fraca e zonza, e sua visão estava ficando embaralhada. A última coisa que se lembra antes de desabar foi do sangue se espalhando a sua volta e Pietro se aproximando e levantando-a bruscamente.
Continua...

♡ ♡ 

Notas da Autora: Yo, yo, yo! Como vão pessoinhas?
Pois é, andei sumida não? É por que eu tenho um mau hábito de largar as coisas pela metade, mas para a alegria de todos decidi voltar :3
Espero que tenham gostado do capítulo!

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