segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Obscure - Chapter fifteen

Quatro dias depois...
— Harry, anda logo! — a Detetive Collin gritava para Harry, que estava a mais de dez passos de distância do grupo, formado por quatro pessoas: Zayn, Cher, Louis e ela. Bom, e Harry.
— Já vou, já vou! — resmungou, puxando com dificuldade duas grandes malas. Faltava meia hora para o voo, mas mesmo assim Malik considerava-se atrasado, e olhava no relógio a todo o instante.
O grupo estava tão diferente, que se alguém conhecido os visse não os reconheceria. Melissa havia cortado seu cabelo nos ombros e feito californianas. Cher havia tingido seu cabelo de vermelho — o que destacou seus olhos castanhos, por sinal. Louis havia deixado a barba por fazer e até Malik se rendeu a seus caprichos e descoloriu a ponta de seu mais novo topete. Apesar disso, não haviam mudado tanta coisa como as meninas.
Mostraram suas passagens e os seus distintivos, e em poucos minutos já estavam sentados em seus devidos assentos no avião, na classe econômica. Haviam contatado a polícia de Atlanta, e mesmo em poucos dias já haviam descoberto o paradeiro de Pietro e sua comparsa. Ou melhor, Francis e Constance Lerman, como constavam em suas identidades falsas.
O paradeiro de Amélia ainda continuava um mistério, mas todos estavam confiantes de que iriam descobrir rápido e desvendar logo esse caso, que estava sendo um peso para todos. Em especial Malik, que estava com um bom pressentimento.

 
Enquanto isso...
Os olhos de Amélia não desviavam das luzes e das cores berrantes das ruas de Las Vegas, nem por um segundo. Todos aqueles anúncios e esculturas chamativas atraiam a atenção de qualquer um.
Ela e Lucca estavam vagando há meia hora pelas ruas da cidade a procura de Uriah, o “braço direito” de Lucca, que iria ajuda-los na busca. Ele conhecia um detetive muito bom e que, segundo ele, iria fazer o trabalho rápido, já que tinha muitos contatos pela cidade — Las Vegas não é completamente a cidade dos sonhos, por assim dizer —, e por um preço barato. Em pouco tempo Pietro iria estar nas mãos de Amélia, e ela poderia fazer o que quiser com ele, assim como ele usou-a. Suas pupilas dilataram-se com tais pensamentos, e seus olhos ganharam um brilho diferente.
Lucca estacionou o carro na frente de um albergue caindo aos pedaços, literalmente. Assim que saíram do carro, a brisa fria atingiu-os, bagunçando os cabelos negros de Amélia. Lucca bateu duas vezes na grande porta de madeira. Depois de alguns segundos, bateu mais quatro vezes e, repetindo o processo, mais seis. Olhou para a câmera, e a porta foi aberta com um rangido, revelando um homem com quase o triplo de seu tamanho e altura, com a cabeça raspada e tatuagens de cadeia. Seu rosto era tão assustador quanto seu tamanho, mas apenas com um olhar de Lucca, o homem abaixou a cabeça e deu passagem para eles entrarem. No mundo da máfia, não importa o quão grande você é. Se você não tem poder, você não é nada.
A aparência interna do lugar era muito diferente da externa. A decoração, apesar de ter um ar antigo, era muito bem cuidada e rica em detalhes. Vários homens estavam sentados nas cadeiras que estavam espalhadas pela grande sala em que estavam. Tinham olhares intimidadores e, como o sujeito da entrada, eram grandes e repletos de tatuagens, mas Amélia pôde notar que eles se encolheram assim que Lucca passou por eles, sem dar à mínima.
Os dois subiram as escadas, que rangiam a cada passo, e atravessaram o corredor grande e escuro, até chegarem a uma pequena porta no final dele. Bateu duas vezes e recebeu um “Entre” em resposta, de quem Amélia presumiu que fosse Uriah. Lucca girou a maçaneta, revelando um escritório um tanto vazio: apenas uma mesa e uma grande poltrona atrás dela. Amélia presumiu que Uriah não fosse lá um homem de negócios, e estremeceu com tais pensamentos. As paredes de seu escritório eram repletas de livros, de variadas cores, tamanhos e épocas, e sem deixar nenhum milímetro vazio, o que tornava seu escritório uma verdadeira biblioteca cheia de relíquias, por sinal.
Havia uma pasta preta em cima de sua mesa, e a cadeira estava vazia, podendo-se apenas ver um braço segurando um cigarro entre seus dedos. Suas mãos eram morenas.
— Vejo que o trabalho não deve ter dado nenhum trabalho — Lucca murmurou, passando os dedos pela pasta, sorrindo. A cadeira se virou, revelando um homem pequeno, trajando um terno Armani e um chapéu. Seus olhos, quase pretos, eram assustadores e chegavam a ser demoníacos.
— Não conseguimos muita coisa — começou. Sua voz tinha um carregado sotaque italiano, assim como Rosa. —, mas o suficiente para você conseguir mais informações.
— Certo, mostre-me. — disse, com pressa e já colocando suas mãos na pasta, pronto para pegá-la, mas foi interrompido por Uriah.
— Primeiro, o pagamento. Cumpra a sua parte do acordo. — Lucca revirou os olhos e Amélia suspirou, tirando um pequeno pacote branco de seu sobretudo vermelho e colocando na mesa. Uriah a lançou um olhar assustador de cumplicidade, e colocando o dinheiro na máquina, para conta-lo. Sorriu satisfeito ao contemplar o valor certo. Voltou sua atenção novamente para a pasta e abrindo-a. As fotos mostravam, claramente, Pietro e Holland, de braços entrelaçados, entrando no que parecia ser um hotel — Eles se hospedaram no Vegas Hotel com nomes falsos. Francis e Constance Lerman. Na melhor suíte. Irão para um Cassino hoje a noite.
— Wow — Amélia murmurou, surpresa.
— Certo. Em qual?
— Lótus. Lá não é tão grande, portanto não será tão difícil acha-los. Boa sorte.
Deu mais uma tragada no cigarro e girou sua poltrona novamente, contemplando a visão da janela, onde diferentes tons de laranja coloriam o céu.
Os detetives pagaram o táxi e desceram do carro amarelo, em direção ao hotel em que iriam se hospedar. A reserva já estava feita, então eles passariam na recepção apenas para pegar as chaves. E, bom...
— Com licença — “Lilly” perguntou para o recepcionista, com um sorriso de canto —, você sabe sobre Francis Lerman? Nós somos, hm, amigos do casal e queríamos encontra-lo.
— Claro — começou —, eles acabaram de sair. Para um cassino.
— E você sabe para qual eles estariam indo? O melhor da região? — Estreitou os olhos e abriu um sorriso ao receber sua resposta em apenas duas palavras.
— Cassino Lótus.
— Muito obrigada — se afastou do balcão e subiu as escadas, para seu quarto.
Assim que abriu a porta, encontrou uma cena um tanto inusitada. O Delegado Harry estava deitado na cama, sem corno rosto e com um termômetro na boca. Uma vez ou outra, tossia.
— O que aconteceu?
— Harry ficou resfriado de uma hora para a outra — Melissa respondeu, revirando os olhos?
— E agora? — lamentou-se, sentando na cadeira perto da porta.
— Eu vou — Malik saiu da suíte, trajando um terno e uma gravata azul marinho. Seu cabelo estava arrumado em um perfeito topete —, tudo bem.
Harry olhou incrédulo para ele, tossindo mais três vezes.
— Você está usando o meu terno!
— A culpa não é minha se você é meu manequim.
— É sua sim... — começou, mas foi interrompido. Melissa se aproximou e tirou o termômetro de sua boca.
— Styles, você está ardendo em febre. Sinto lhe dizer que vai ter que ficar de cama durante dois dias. — Harry lamentou-se por alguns minutos, mas quando se deu conta já havia caído no sono. As meninas não perderam tempo em se arrumar; ambas trajavam vestidos elegantes e que chamavam atenção. Louis vestia um terno de giz e uma gravata vermelha sangue, combinando com Cher. Podemos dizer o mesmo de Melissa.
Os respectivos casais saíram do quarto e estavam prontos para chamar um táxi, mas apenas atravessaram a rua e, enfim, chegaram ao Cassino Lótus. O lugar não era tão grande, mas havia muitos atrativos, e estava lotado. Não demorou muito para que olhares conhecidos se cruzarem, e se darem conta de que estavam no mesmo Cassino.
Que os jogos comecem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário